A presente reflexão incide sobre 12 pontos, que nos ajudam como líderes a interpretar os sinais dos tempos, e a converter em habilidades certos valores que podem nos ajudar a superar o caos em tempos incertos, segundo o Professor Cláudio Zanutim, na sua aula sobre o referido tópico disponível na plataforma digital da IBMEC (canal Yutube).
Ora, são 12 pontos que podem reforçar o nosso ser e agir enquanto líderes num contexto de incertezas, onde a única certeza é a incerteza do que não sabemos que vai acontecer amanhã. Por isso, estar munido de habilidades comportamentais e técnicas que nos ajudam a liderar de forma preventiva, pode ser um dos mecanismos de garantia de sucesso na nossa liderança que deve responder aos desafios do tempo caracterizados pelos dilemas da evolução do mundo VUCAN (volátil; incerto; complexo e ambíguo) ao mundo BANI (frágil; ansioso; não linear e incompressível).
Por isso faz todo sentido a aplicação dos 12 pontos que passaremos a referir e a comentar conforme a percepção que tivemos nas sessões formativas e na aula referida, bem como a nossa experiência de liderança, em relação ao que já temos feito e do que podemos desenvolver para uma liderança responsável e a altura ao contexto actual, como sintetizado acima. São esses os 12 pontos:
UM – HUMILDADE: o diálogo produtivo necessita de respeito mútuo – quando passei a ver as pessoas com quem trabalhava na sua individualidade, procurei sempre criar um ambiente de tratamento com respeito, isso ajudou-me a ter parceiros da jornada profissional e pessoas para vida. A humildade, para mim, enquanto valor que um líder deve procurar desenvolver, não depende da posição, mas da influência positiva que podemos cultivar em qualquer nível da hierarquia organizacional e criar uma marca forte característica dos grandes líderes, que em vez de se apoiarem no poder da posição, eles buscam o poder do exemplo. O que pode fazer toda a diferença na nossa forma de ser e agir como líderes no contexto actual.
DOIS – JUNTE-SE AOS SEUS: o líder não poder chegar na liderança sozinho – se o líder tiver a primeira característica, o resultado é ter na sua equipa, além de colaboradores, parceiros leiais que têm a coragem de partilhar de forma clara e transparente o que sentem e como podem chegar ao próximo nível.
TRÊS – NÃO JULGUES PARA NÃO SER JULGADO: julgar e avaliar não são o mesmo – os grandes líderes ajudam os seus liderados a se superarem, na minha experiência de liderança quando percebia que o meu liderado falhou, eu mostrava como ele podia fazer diferente na próxima vez e como pode melhorar a sua percepção sobre a tarefa. Porque julgar é a afastar a possibilidade de caminhar com o outro e dar-lhe a oportunidade de crescimento.
QUATRO – MUDAR É INEVITÁVEL, MAS É MELHOR SE REINVENTAR: o questionamento é um bom indicador da actualidade ou não da organização – os líderes do século XXI se tem alguma imposição a ser observada para garantia do sucesso pessoal e organizacional é ser flexível as mudanças e antecipar o futuro de forma criativa. Mediante uma visão clara, delimitada estrategicamente a curto, médio e longos prazos. Essa mentalidade de ser flexível as mudanças e antecipar o futuro de forma criativa tem feito toda diferença na minha liderança.
CINCO – TORNE A INCLUSÃO PRIORIDADE MÁXIMA: interacção entre todos e com todos os líderes é um mecanismo assertivo de desenvolver uma cultura interna de liderança, de partilha mútua e de uma transparência relacional na organização – hoje as organizações não sobrevivem sem a percepção de que a promoção da diferença e diversidade na organização é um caminho eficaz para inclusão, melhoria da produtividade e o crescimento da organização.
SEIS – EVITE AO MÁXIMO SE ISOLAR: isso pode contaminar a nossa organização de forma negativa – porque um é demasiado pequeno para alcançar grandeza, tal como refere um dos maiores especialistas de Liderança no mundo (John C. Maxwell).
SETE – PREFIRA O PRAGMATISMO AO INVÉS DA IDEOLOGIA: a ideologia não é a melhor forma de garantir o futuro da empresa – se os grandes líderes devem ser flexíveis as mudanças, não é possível um líder desenvolver a sabedoria do tempo na sua liderança, enquanto permanece prezo a uma ideologia ou há um passado de glórias, que não pode fazer a diferença no presente ou na vida actual da organização.
OITO – LÍDER TOMA DECISÕES DIFÍCEIS: as melhores decisões priorizam o lugar das pessoas na organização – líderes que pretende prosperar hoje, devem ter as melhores pessoas no seu processo decisório, pessoas que ajudam a qualificar a decisão final, para tal o líder precisa antes de tomar a primeira decisão difícil em qualquer organização: que é contratar os melhores.
NOVE – GERENCIE A SUA ORGANIZAÇÃO COMO SE FOSSE UM HOSPITAL DE CAMPANHA: ajudar os liderados em todo tempo e no tempo todo, com sentido de agilidade e competência – os grandes líderes se preocupam com a saúde pessoal e profissional dos seus liderados, entendem que os liderados são partes do seu corpo e que a condicionalidade de um membro, pode comprometer a saúde de toda organização e por isso, ajudar os seus colaboradores a serem a melhor versão de si é uma prioridade na ordem do dia e de todos os dias.
DEZ – ESTEJA NO FRONT: ter coragem de tomar decisões de forma certa, no momento certo e da forma adequada – no fundo, isso vai garantir a necessidade de manutenção da nossa estabilidade emocional enquanto líderes.
ONZE – ENFRENTE A ADVERSIDADE: as decisões impopulares podem dar um sentido assertivo na sua acção de liderança – não podemos nos distinguir e impactar o ambiente organizacional de forma positiva, dando o melhor da organização para a sociedade, fugindo dos pressupostos da diversidade sendo o que mais há em abundância em qualquer contexto da vida social.
DOZE PRESTE ATENÇÃO AOS NÃO-CLIENTES: o progresso da empresa está no campo, na experiência com o cliente. Os grandes líderes percebem que enquanto a organização cresce, o foco deve ser na melhoria e no investimento do tempo para a busca da experiência com cliente, uma experiência de conhecer as preferências do cliente e agir para a melhoria da vida do cliente.
Por conseguinte, são características que não podem ser definidas por conceitos acabados e nem tidas como receitas fechadas, mas fazem todo o sentido na vida de um Líder que pretende resistir as incertezas do tempo e a interpretar os tempos com a sabedoria e prudência necessária para impactar a sua vida e dos seus liderados, enquanto garante o crescimento; responsável, resiliente e estável da sua organização.
Por: Henriques Ngolome
A Liderança Responsável é a chave para um agir orientado ao impacto, num contexto de incertezas sobre o futuro da humanidade…
A Liderança Responsável é a chave para um agir orientado ao impacto, num contexto de incertezas sobre o futuro da humanidade…
2 Comentários
Artigo fantástico…
São 12 pilares fundamentais para uma Gestão virada às pessoas e aos resultados como consequência da valorização do capital humano. Esta informação é uma joia rara de ser verificada em muitas organizações e em minha opinião, deverá ser partilhada o máximo possível para melhoremos o ambiente da liderança em Angola… …
Parabéns pelo artigo. Foi o meu primeiro contacto com um texto seu, mas, já ficou patente que serei um visitante permanente das suas páginas.
Obrigado AA, é bastante encorajador o seu feedback, somos parte da solução!